ORDEM DOS ARQUITETOS

Projeto de Arquitetura

Ano do Projeto: 2020

Localização: Cais do Sodré, Lisboa

Equipa: Filipa Menino, João Pedro Cavaco, Ana Duarte, Cristiana Gama

Promotor: Ordem dos Arquitetos

Para a proposta de conceção do projeto de ampliação da sede da ordem dos arquitetos decidiu-se explorar o conceito de identidade.

O reconhecimento do conceito de identidade a partir do desenvolvimento do projeto de arquitetura apresentado foi realizado em torno de dois espectros essenciais ao desenvolvimento do mesmo.

Em primeiro lugar, o entendimento da identidade enquanto valorização patrimonial do edificado da sede. Com base na cronologia referente ao edificado existente, e tendo como base os vários tempos do edifício dos Banhos de São Paulo – 1868 enquanto edificação original e 1994 aquando a intervenção dos arquitetos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira – e do edifício inserido na área de intervenção – aprovado segundo registos do Arquivo Municipal em dezembro de 1897 – foi importante para a intervenção proposta salvaguardar o caracter identitário de todos os edifícios. Nesse sentido, a proposta pretende não apenas preservar os elementos construtivos que marcam as diferentes épocas de intervenção, mas principalmente destacá-los, preservando dessa forma a sua identidade.

Em segundo lugar, foi importante entender o carácter identitário da arquitetura enquanto representação da instituição que o edifício proposto apresenta. Sendo a Ordem dos Arquitetos uma presença imprescindível no desenvolvimento não só da profissão, mas também da cidade, pareceu-nos indispensável que este edifício se destaque no tecido urbano em que se insere. Desta forma foi importante no desenvolvimento do projeto que o edifício se tornasse símbolo de identidade coletiva, com o objetivo de potenciar o reconhecimento da instituição e a sua representação na sociedade.

A proposta apresentada recai então no desenho de um novo volume que ao mesmo tempo que tem o objetivo de se tornar registo identitário da instituição que alberga a partir da sua volumetria desenvolvida em altura – total de 6 pisos – sobre a praça, pretende também respeitar a identidade da pré-existência enquanto património. Dessa forma o edifício é desenhado dentro dos limites da ruína, abrindo o piso térreo à cidade ao ser elevado. Assume-se ainda no lugar não apenas pela sua forma, como pela sua materialidade que lhe confere um tempo novo: o presente.